As contribuições de Heleno Cláudio Fragoso ao Direito brasileiro foram exaltadas pelo programa “Tempo e História”, da TV Justiça. Exibida neste domingo (8), a atração apresentou depoimentos de advogados sobre a trajetória profissional do jurista.
Assista ao programa na íntegra:
Fernando Fragoso, sócio do Fragoso Advogados e filho de Heleno, afirmou que mesmo depois de 33 anos de sua morte, o jurista ainda é uma referência. “Todos os grandes processos criminais na área da segurança nacional passaram pela mão dele, todos. (…) Era o advogado que encerrava todas as defesas, dava o toque final técnico e humano sobre o ponto de vista científico.”
O advogado Sergio Bermudes destacou a seriedade e a integridade de Heleno Fragoso. “Conheci poucos advogados que cumprissem de maneira tão dedicada os deveres éticos e legais regulares do exercício da profissão de advogado”, disse.
Para Juarez Tavares, Heleno se tornou um grande professor e jurista. “Ele teve uma vida bem intensa, não só no campo acadêmico e da advocacia, mas no campo político. Foi defensor de acusados de subversão na época da ditadura e se destacou como um advogado de defesa da liberdade das pessoas que estavam sendo acusadas de se indisporem contra o regime então vigente.”
Nilo Batista definiu Heleno Fragoso como o maior professor de todos. “Ele foi um grande advogado, abnegado, dedicado, talentoso, e ao mesmo tempo um grande professor.”
Heleno Fragoso
Fundador do Fragoso Advogados, Heleno Fragoso se notabilizou como um dos mais importantes advogados de presos políticos do País, durante a ditadura militar. Ele nasceu em 1926, em Nova Iguaçu (Baixada Fluminense). Formou-se em Direito em 1951 e abriu o escritório já no ano seguinte.
O jurista foi vice-presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), conselheiro Federal da OAB e vice-presidente da Seção da OAB do antigo Estado da Guanabara.
Heleno Fragoso recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Coimbra (Portugal). Escreveu 14 livros sobre Direito Penal e foi vice-presidente da Comissão Internacional de Juristas, em Genebra (Suíça), e da Associação Internacional de Direito Penal (AIDP), em Paris (França).
O jurista morreu em maio de 1985, no Rio de Janeiro, aos 59 anos.