Como vencer a guerra das drogas

Décadas atrás, Estados Unidos e Portugal lutavam contra as drogas ilícitas e tomaram direções diametralmente opostas. Os EUA optaram pela guerra às drogas, gastando bilhões de dólares e prendendo traficantes e usuários em massa.

Portugal fez um experimento. Descriminalizou o uso de todas as drogas – inclusive cocaína e heroína – em 2001 e lançou uma grande campanha nacional de saúde pública para enfrentar o vício. Passou a tratar a dependência como um desafio médico e não como uma questão de justiça criminal.

O New York Times afirma que “depois de mais de 15 anos, está claro qual é a melhor abordagem”. “A política de drogas dos EUA fracassou espetacularmente, com o número de americanos mortos de overdoses em 2016 (64 mil) quase igual ao de mortos na soma das guerras do Vietnã, Afeganistão e Iraque.”

Segundo a reportagem, Portugal parece estar vencendo a guerra às drogas, ao dar fim a ela. O Ministério da Saúde estima que apenas 25 mil portugueses usem heroína, um quarto da quantidade de quando a política foi implementada. O número de pessoas morrendo de overdoses despencou mais de 85% -até voltar a subir um pouco após a crise econômica recente.

O percentual de infectados por HIV relacionados ao uso de drogas em Portugal caiu de 50%, em 2000, para 5%, em 2015. Portugal tem a menor taxa de mortalidade causada por uso de drogas na Europa Ocidental, com 6 casos por milhão entre pessoas de 15 a 64 anos – em comparação com 22 na Alemanha, 43 na Finlândia, 60 no Reino Unido e 312 nos EUA.

O NYT considerou a política portuguesa efetiva. Afirma que se os EUA atingisse a taxa de mortalidade de Portugal, estaria salvando quase uma vida a cada dez minutos.

Leia aqui a reportagem.