O prefeito de Nova Orleans (Louisiana – EUA), Mitch Landrieu, assinou um contrato sigiloso em 2012 com uma startup chamada Palantir Technologies. A empresa de software americana é especializada em usar inteligência artificial para lidar com a segurança, como a prevenção de crimes. O sistema prevê se você é propenso a cometer crimes e quais as suas possíveis vítimas. O acordo foi revelado pelo site “The Verge”.
Como a empresa ofereceu o software gratuitamente, o prefeito pôde fazer o acordo sem informar à Câmara. O banco de dados foi alimentado com os arquivos do departamento de Polícia — entrevistas, fichas criminais e boletins de ocorrência. Também fizeram parte do rastreamento dados públicos como posts de redes sociais e mapas da cidade.
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O software pode ser usado de diferentes formas. Com apenas uma parte da placa do carro — porque a testemunha não viu toda a numeração — o programa cruza dados, possíveis violadores e tipos de crime para oferecer probabilidades. O software listou 3.900 pessoas entre possíveis assassinos e vítimas. O que gera um dilema: é necessário acompanhar estas pessoas?
A Prefeitura de Nova Orleans localiza aqueles em risco de cometer crimes que estejam em liberdade condicional e os põem em programas especiais, caso concordem. Os principais membros do conselho da cidade e os advogados contatados pelo “The Verge” não sabiam do uso do software em Nova Orleans. Eles mostraram preocupação sobre as liberdades civis e se o programa é apropriado para o sistema de justiça criminal americano.
O caso lembra “Minority Report”, livro de ficção científica escrito por Philip K. Dick em 1956, adaptado para o cinema por Steven Spielberg em 2002. Na história, é criada uma polícia de “pré-crimes”, habilitada para localizar o delito e impedir que ele aconteça.